Minha cultura cinematográfica é quase inexistente, há diversos clássicos de vários gêneros que eu nunca vi. Oras, como estou decidido a emendar essa lacuna, aproveitei a data propícia para assistir a “Halloween”, de 1978, filme dito obrigatório aos amantes de terror e suspense. Muito bem, eu vi e fiquei decepcionado, achei o longa todo terrivelmente burro, permeado por uma miríada de inverossimilhanças muito eficiente em quebrar o estado de sonho, digamos assim, e me lembrar que eu via um filme: o comportamento de Laurie diante do assassino é absurdo; tanta luz apagada é um absurdo; a velocidade de Mike Myers é um absurdo; a falta de olfato do pai da Annie é um absurdo, e por aí vai.
Além disso, descontadas as atuações de Jamie Lee Curtis, Tony Moran e Donald Pleasence, as interpretações dos demais atores foram ruins ou medíocres, e interpretações de baixa qualidade também comprometem a imersão.
Eu entendo a razão do negócio ter marcado o gênero a que pertence, Mike Myers é um vilão assutador, ele é forte, resistente, dotado d’uma paciência quase infinda e obstinado, a máscara o deixa inexpressivo e a arma usada é simples, uma faca grande. Para completar, o sujeito ainda se esconde muito bem, possui passos levíssimos e não hesita. Oras, coloque um cara desses pra caçar moças mais ou menos descabeçadas numa noite de Halloween e pronto, é impossível não causar algum impacto no público.
No entanto, como já disse, saí do filme decepcionado, as atuações não melhoraram e as inverossimilhanças continuaram se empilhando. O que aliviou minha chateação foi a cena final, da qual só participou o trio que atuou bem.
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Bragança Paulista, 2020