Após o final absurdamente anticlimático da primeira temporada, “Supernatural” retorna com muito mais dores e provações para os Winchesters. Eles continuam caçando o belzebu de olhos amarelos responsável por tantas tragédias em várias famílias, e também continuam resolvendo problemas relacionados a assombrações e demais entidades das trevas. Além disso, o universo é expandido, somos apresentados a outros caçadores e a criaturas mais exóticas — no segundo episódio, por exemplo, o monstro da vez é um Rakshasa, ente da mitologia Hindu.
A estrutura dos episódios ganha uma repaginada. Ainda existem capítulos formatados nos moldes da maioria dos capítulos da temporada passada, contudo há novidades: parte de um dos episódios é contada alternando as perspectivas de Sam e Dean, de maneira que o irmão mais velho é mostrado como um cafajeste glutão e o caçula é pintado com trejeitos de mulher chata; em outro episódio, os monstros devem ser salvos ao invés de eliminados; em outro ainda, a caça é o Sam, e por aí vai.
É digno de nota que há uma espécie de troca de postura entre os protagonistas durante esta segunda série, isto é, Sam deixa de ser egoísta e se abre aos problemas alheios, enquanto Dean às vezes se tranca numa cela de indiferença geral para com os outros.
A segunda temporada de “Supernatural” faz um ótimo trabalho no estabelecimento daquele universo e de seus tipos, tem diversos episódios bons, ou seja, ancorados em ritmo correto e na verossimilhança, e portanto supera a série original, da qual, não obstante, continua dependendo.
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Bragança Paulista, 2020